terça-feira, 26 de março de 2013

Perder-me

Perder-me.

Perder-me de mim,
Sair da mente que pensa demasiado.
Sentir.

Sentir apenas com a pele
Que se arrepia ao libertar-se das vestes.
Enebriar-me.
Enebriar-me nos odores que te identificam,
Que são apenas teus.
Deliciar-me.
Deliciar-me com o sabor dos teus lábios
Que se abrem num beijo,
No gosto da tua pele
Salgada depois de amada.
Excitar-me.
Excitar-me sob o controlo das tuas mãos
Deslizando no meu corpo,
Abrindo caminhos,
Invadindo-me a carne.
Entregar-me.
Pertencer-te.
Dar-me.
Receber-te.
Adormecer-me.
Adormecer-me no teu abraço
Por entre os lençóis onde nos amamos.

22.Mar.13

Frio


O frio mantém-se em mim de uma forma mais que permanente: cresce, aumenta, não cessa de avolumar, de me dominar, de de mim se apoderar.
Um frio que nem as flores conseguem dissipar, que nem o sol é capaz de evitar deste se agigantar.
Um frio que é saudade, ausência, falta.
Falta do teu gargalhar, do teu abraço ao deitar, do calor do teu corpo que faz adormecer num sono descansado, sem medos e sem o constante e sobressaltado acordar...
Faltas-me mais do que podes imaginar.

21.Mar.13

Indiferente à vida


O corpo desperta de um torpor que chega ao fim, numa cama deserta de calor onde os lençóis retêm o frio de um qualquer fim.
Pela janela pressente-se que o dia acordou sereno e sem pressa sob a égide de um dia quase de Primavera onde os pássaros reinam nos ramos das cerejeiras de jardim e das ameixoeiras carregadas de frágeis flores de cores suaves e que se entregam ao vento ainda gelado.
Espreito o mundo lá fora e não há nada de novo e as pessoas são as mesmas: invisíveis para as outras, indiferentes a quem passa e desinteressadas por quem passam. Algumas esboçam sorrisos genuínos ou da cor de um pálido sol quando se cruzam com um rosto mais ou menos íntimo, dependendo do número de vezes que se cruzaram na paragem do autocarro ou no singelo e solitário café da manhã no balcão de uma qualquer pastelaria.
Mas os rostos não são doces, são amargos de dias sempre iguais e em que rodeados de outros rostos exactamente iguais, são únicos e solitários neste passar de horas e compassos e hábitos e rotinas sempre repetidos.
E eu olho pelo vidro da janela e vejo o reflexo de mais um rosto que quando chegar à rua, será mais um igual ao resto.
E o dia passará indiferente à vida que é possível viver...

21.Mar.13

Só tu...


Permitir que o silêncio me invada o corpo vazio com essa ausência de palavras.
Deixar que cresça em mim ocupando-me a mente com pensamentos de um nada repleto de coisa alguma.
Um silêncio que de tão profundo que é não traz nada consigo. Não tem a eterna companhia da miséria que sempre caminha lado-a-lado com os infelizes.
Um vazio que se assemelhe a um poço sem fim onde as moedas carregadas de sonhos e desejos jamais chegarão ao seu fundo e jamais cumprirão a sua missão.
Um silêncio que entorpecerá todo o meu corpo, tolhendo-me todos os movimentos, apoderando-se de mim por completo e inundando tudo o que me rodeia.
Um vazio tão imenso que o tempo deixará de passar e o bater dos minutos deixará de se ouvir porque a vida estará suspensa. Inerte num corpo parado num tempo que não corre.
Um silêncio que extravazará de mim, destas paredes que me prendem e confinam e que comandará todos os ruídos inaudíveis da rua a seguirem-me o exemplo, criando um cordão até ti.
Pois só tu me podes libertar e permitir que eu volte a viver...
21.Mar.13

segunda-feira, 25 de março de 2013

Ainda sinto...

Ainda sinto,
Os dedos da tua mão
Deslizando no cabelo,
Tacteando-me o rosto,
Terminando nos lábios.
Ainda sinto,
O teu olhar de mar salgado
Falando-me sem sussurros,
Debitando poemas de amor
Num tom perceptível
Apenas por corações que amam.
Ainda sinto,
O calor da tua boca
Num entreabrir que denuncia
A vontade de um beijo
Seguido de outro,
Num mergulhar sem retorno,
Num saborear que vicia.
Ainda sinto,
O apertar do teu corpo
Que contra o meu se insinua,
Num desejo de entrega,
Numa vontade de pertencer,
De tomar e receber.
Ainda sinto...

19.Mar.13

Pai


Há pessoas que nos marcam, que nos ficam entranhadas na alma, na nossa vida.
Há pessoas que nos servem de guia, que nos orientam, que nos mostram o destino sob todas as perspectivas.
Há pessoas que nos fazem sonhar, acreditar que somos capazes de tudo, que jamais iremos falhar na concretização dos nossos objectivos.
Há pessoas que nos apoiam incondicionalmente mesmo quando não somos perfeitos (e jamais seremos), mesmo quando os erros são evitáveis.
Há pessoas que nos fazem sorrir de felicidade, que nos enchem o coraçao até que este transborde de alegrias.
A estas pessoas habituamo-nos a chamar de "pai".
Mesmo que por vezes não o entendamos assim, mesmo que por vezes não estejam tão presentes quanto desejaríamos, mesmo que por vezes nos pareçam injustos, só um pai consegue este amor intransponível, imensurável, inquebrável e eterno.
Eu também te amo profundamente meu pai.
 
19.Mar.13

Não viver


A noite caiu com a certeza de que chegou o momento de deixar repousar a luz do dia.
Os passos apressados no passeio feito de calçada e ladrilhos gastos, vão diminuindo de intensidade contrariamente ao crescer de uma lua quase branca.
Aqui, já escureceu há muito e a luz desse satélite reflector não tem qualquer domínio ou possibilidade de fazer iluminar o mais ínfimo detalhe do que me rodeia.
E hoje, só há vazio. Vazio e um frio que não há forma de desaparecer. Tomou conta de mim, começando por me beijar demoradamente a pele, como se de um enamoramento se tratasse, deixando que me entorpecesse os sentidos entranhando-se.
Agora já domina toda a minha carne, o sangue já não corre com o vigor de antes, já não fervilha sem temor. E o coração, esse, é pedra que escurece e apodrece num corpo que hoje não vive.

18.Mar.13

Mudanças


Mudanças que nunca são rápidas, que sempre demoram tempo demais.
Mudanças que me fazem sentir sem chão.
Perdida em mim mesma, na amálgama de sentimentos que nunca mais sinto organizados, direccionados.
Perdida como se o caminho que levo me leve ao precipício. Me leve a um vazio imenso.
Esse que deixei lá atrás. Com outros rostos, outros nomes, outros sentires, outros amores.
É uma sensação de avançar sob o arame sem rede. Um malabarismo de corpo inteiro e alma aprisionada.
Uma sensação de não ter um início e não antever um final. Um caminhar acompanhada de uma névoa que me tolda por completo o pensamento, que me entorpece os sentires e me desiquilibra os passos sempre incertos, sempre inseguros...

18.Mar.13

sábado, 23 de março de 2013

Thoughts XXI


Perco-me por entre sonhos que vou criando,
Por entre os sons dos teus beijos,
Por entre os nossos dedos entrelaçados.

18.Mar.13

Thoughts XX



Recordações, memórias, saudades... Sinónimos da tua ausência.
Sabores, odores, toques... Verdades da tua presença.
Vontades, desejos, quereres... Certezas de que vives em mim!

17.Mar.13

quarta-feira, 20 de março de 2013

Hoje viajo ao som de...


Your words alone, could drive me to
A thousand tears,
All the same words, that kept me here
For all the years

I'm lost again, it's happening
When you're around I just go ...
All I wanna know, is it mutual
Then I never want to leave
Then I'm ready to run, ready to fall
Think I'm ready to loose it all
Then I'm ready to run, ready to fall
Think I'm ready to loose it all

Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running, you

Whoa, would you hold my hand like the air it's so gently here
Never give up, never give up
Whoa, would you pull me closer and nobody knows we're there
No one can find us

I'm lost again, it's happening
When you're around I just go ...
All I wanna know, is it mutual
Then I never want to leave
Then I'm ready to run, ready to fall
Think I'm ready to loose it all
Then I'm ready to run, ready to fall
Think I'm ready to loose it all

Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running, you
You keep me, keep me running, me running

And I'm lost again, it's happening
When you're around I just go ...
All I wanna know, is it mutual
Then I never want to leave
Then I'm ready to run, ready to fall
Think I'm ready to loose it all
Then I'm ready to run, ready to fall
Think I'm ready to loose it all

Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running
Keep me running, you keep me running, you



XII Verdade Irrefutável


... O meu amor tem urgências controladas pelo ritmo de um abraço, do entrançar dos corpos, do entregar a minha boca na tua.


11.Mar.13

Palavras Silêncio

Há silêncios carregados de palavras.
Palavras que nos enchem o coração de sentimentos que nos alentam os dias.
Silêncios que falam mais do que os sons proferidos por lábios que entre-abertos deixam escapar palavras insentidas.
Há palavras ditas em silêncio que falam e mostram mais que as ouvidas.
Palavras silenciosas como o teu sorriso quando me vês.
Como o teu olhar quando esbarra no meu.
Como o deslizar da tua mão no meu rosto.
Palavras que mesmo não ditas são transmitidas pelos dedos da tua mão. Pelo bater acelerado do teu coração. Pelo teu sopro respirado no meu ouvido. Pelo abraço com que acolhes o meu corpo.
Há silêncios que traduzem palavras nos seus gestos.


11.Mar.13

Saudade


Saudade que me invade
Como um mar que se desfaz
Na areia que o absorve.
Que me domina
Sob a forma de angústia,
Sob o poder de um não saber
Pensar e acreditar.
Saudade que me esvazia
Como o vento de Outono
Às árvores de folhas douradas
Despindo-as desde a alma,
Tornando-as quase sem vida.
Que me faz abandonar o corpo
No leito onde fomos dois,
Nas roupas da cama cheias de ti,
Do teu sabor,
Do teu odor,
Do teu e meu prazer,
De corpos abraçados,
De beijos doces e molhados.
Saudade com que me deixas
A cada partida tua...

11.Mar.13

terça-feira, 19 de março de 2013

Acordar


A tarde vai-se deixando levar no abraço de um fim de dia em que o céu, envergonhado, se esconde e não mostra o seu azul celeste.
O vento é companhia das núvens que esvoaçam sob o seu comando e vão levando e espalhando as suas gotas de água sobre as ruas vazias de gentes e de cheias de carros vazios de calor humano.
A noite é agora senhora dos minutos que se tornarão horas passadas num leito de cama onde os lençóis serão substitutos do calor do teu corpo ausente. E o meu arderá num desejo latente, propfundo e intenso de te querer sentir o toque da pele na minha, do teu respirar junto do meu ouvido, de um roçar de dedos nas ombros, nas costas me façam arrepiar e sentir.
Sentir que vivo, que tenho vontades e quereres, que tenho um corpo que não morreu e que apenas tu sabes despertar.
E sentir-me amada. Mas sobretudo amar. Um amar de corpo e alma que se apodera de mim por inteiro.
E anseio que a manhã chegue o mais depressa possível para que possa sentir-te acordar-me de novo, e uma vez mais, para a vida!


9.Mar.13

Segredos

Segredos
Guardados na memória do peito,
No fundo de uma alma
Talvez perdida,
Talvez sem rumo.


Segredos

Que fazem recordações 

De um intenso viver,
De um imenso saborear,
De um impensável sentir.

Segredos
De um amor (im)possível,
De um querer sem preconceitos,
De um pertencer e assim o desejar,
De um entregar e não ter limites.

Segredos
Numa boca beijada,
Numa pele tocada,
Num corpo tomado sem medos ou rédeas.

Segredos
Que trocamos a cada toque,
A cada deslizar de dedos,
A cada olhar sem palavras e carregados de sentimentos.

Segredos
Que são nossos,
Que hoje e sempre,
Partilharemos.


7.Mar.13

A pele


E a pele anseia
Pelo quente da tua mão,
Pelo calor do teu abraço,
Pelo húmido do teu beijo.

E a pele anseia
Que os teus dedos
Desenhem trilhos
Inovando trajectos,
Alcançando destinos.

E a pele anseia
Que os teus braços a rodeiem,
Que o calor do teu circundar
De corpo inteiro,
A encham desse prazer
Que a faz transbordar em gotas de suor salgadas.

E a pele anseia
Que os teus lábios a provem,
Que a tua língua percorra os rios que nela correm,
Que a tua boca sorva,
Beije e devore
Cada pedaço dela.

E a pele,
A minha pele,
Anseia...


4.Mar.13

Imagino(te)

Imagino(te)
O olhar devorando-me as formas,
O contorno do corpo que desejas
Despir de vestes.
Imagino(te)
O aproximar lento e ansioso
De sentir o calor que de mim emana,
O sabor do beijo que te chama.
Imagino(te)
A mão que desliza,
O roçar na pele minha que se arrepia,
O corpo que se move de encontro ao teu.
Imagino(te)
A vontade de me sentir,
Tua,
Entregue aos teus caprichos,
Entregue aos teus mais
Loucos,
Insanos,
Profanos,
Desejos.
Imagino(te)
Fazendo-me contorcer o corpo
Em delírios de imenso prazer.
Imagino(te)...

4.Mar.13

Sussurrar(te)


Preciso sussurrar-te ao ouvido palavras que tenho guardadas em mim e que são apenas tuas.
Para ti. De mim.
Do mais íntimo de mim.
Palavras que de mim vão sair como sons de beijos doces e suaves, que te mostrarão o que sou e o que sinto, o que penso e o que desejo.
Palavras que usarei para me despir por inteiro para ti, para te ver receber-me com essa expectativa carregada de ansiedade como se do meu corpo se tratasse, no vislumbrar de uma pele alva e quente.
Preciso que me deixes entrar em ti sem rodeios, que me recebas sem medos, sem preconceitos.
Preciso que ouças os segredos meus, que me olhes nos olhos e saibas tanto como eu.
Preciso que te entregues da mesma forma que eu a ti.
E eu pertencer-te-ei para sempre.
E eu... Amar-te-ei eternamente.

27.Fev.13

segunda-feira, 18 de março de 2013

Tanto, mas tanto...


Há dias em que as palavras são fugidias, em que são vazias, em que nada acrescentam ao passar das horas.
Há dias em que o corpo podia não despertar e manter-se nessa inércia de sonos mais ou menos profundos, ainda que sem sonhos. Num marasmo em que a letargia me deixaria manter impune ao que pode não ser dito, ao que pode ficar calado e ao silêncio da ausência dos teus sons.
E nesses dias eu ficaria feliz na ignorância de não ter de sentir a tua ausência, as tuas palavras silenciosas.
E de não saber como evitar que assim mas dirijas porque te sou sincera, porque te conto e conto contigo para tudo. Porque te sei capaz de estar a meu lado. Porque me sabes melhor que ninguém, porque me sentes como ninguém. Porque sabes o quanto te amo.
E eu amo-te tanto, mas tanto...

24.Fev.13

Sem dúvida

A manhã vai-se anunciando no seu ritmo alucinantemente certo e sem qualquer pudor. O vento é dono do dia e agita os passos já de si apressados de quem se aventura no inicio do dia. Os sons das folhas duras e verde-escuras das japoneiras roçam-se entre si e o burburinho a mar passa despercebido neste novo tenso e inconstante agitar e as flores de pessegueiro vão voando a cada novo suspirar de vento criando uma chuva de pequenas gotas cor-de-rosa.
Aqui dentro apenas o sol nos invade iludindo-me os sentidos com a sua cor forte e deixando-me a desejar que este momento não avance, que se retenha apenas com estes sons que me acalmam o sentir, que me fazem não pensar.
Mas é inevitável que a mente se agite aos caprichos do vento e os pensamentos se deixem levar nesse rumo sem destino, sem respostas, sem a sabedoria das certezas que todos os dias questionamos e desejamos. Por vezes somos impotentes contra o revirar do caminho e deparamo-nos com novos muros que parecem impossíveis de transpor e parámos, quedando-nos num marasmo de aparente incapacidade. Mas nada é imutável: nem o vento para sempre sopra, sem o sol sempre brilha, nem os sentimentos não se transformam, nem os pensamentos têm sempre a mesma rota e até as certezas se tornam dúvidas.
Mas há um pensamento que sempre me domina, um sentir que me controla e alimenta e sobre o qual não há dúvida: que o meu amor por ti aumenta a cada dia que recomeça, a cada hora que passa, a cada minuto que se gasta...

23.Fev.13



Palavras não ditas

Palavras improferidas
Palavras que não se ouvem,
Palavras que gritam em surdina,
São mais do que ditas,
São mais sentidas.
Perfuram a pele
E entranham-se
Na Alma que as recebe
E delas bebe,
Delas se alimenta
E com elas se atormenta
Num silêncio que apenas aumenta,
Que ainda mais nos afasta,
Que ainda mais de ti, me ausenta...
19.Fev.13

XI Verdade Irrefutável


... Fazes-me abraçar a vida com muito mais vontade!


17.Fev.13

sábado, 16 de março de 2013

Fechada.

Fechada. Encerrada.
Por vezes gostava de ficar assim sem possibilidade de abertura.
Sem qualquer hipótese de ser vista, olhada e sobretudo, tocada.
Imune a tudo e todos mas sem estar num estado de letargia ou amorfo.
Viver sem me incomodar ou ser incomodada.
Fechada de corpo e de alma, de coração e de pensamentos.
Encerrar-me.
Como se não existisse.
Como se fosse invisível e os meus actos não interferissem com a vida de outras pessoas. Não ferissem. Não magoassem. Não deixassem marcas das que nos fazem jorrar lágrimas e jamais desaparecem.
E não provocar sorrisos e alegrias vãs.
E não dar de mim o melhor e viciar.
E não dar de mim e o pior e quase matar.
Os extremos que vivem em mim.
Queria fechar-me e apenas sentir... Nada!
Não amar, não odiar, não desejar, não repugnar, não desesperar, não acreditar...
Vazia por um momento que ficasse suspenso durante o tempo que tudo demorasse a curar. Um dia, uma semana, um mês... Uma vida.
Fechada por tempo indeterminado onde a chave de mim está ali, ao alcance de um novo sonho, ao virar de uma página branca, lisa e pura, onde o meu sentir será renovado...

17.Fev.13

Horas especiais


E o dia tem horas que são especiais, esses momentos que se eternizam em nós, comandando e controlando os nossos pensamentos, as nossas memórias.
Momentos em que a hora não importa se passa ou se pára, se é noite ou tarde larga, se demorou ou se foi demasiado rápida.
Importa que foi. Que houve. Que existiu e que se repetiu em vezes sem conta por dias que ainda hão-de vir. E esses, sem tempo controlado, sem minutos contados, sem dolorosos adeus programados em que o tempo será apenas e tão só, nosso aliado. Passará ao mesmo tempo que o nosso tempo decidir a demorar-se, a viver-se, a sentir-se. Em ti e em mim. Em ambos enquanto nos amamos, nos beijamos, nos tocamos ou apenas enquanto nos olhamos e tudo, assim em neste silêncio de palavras carregado, tudo falamos.
Há horas do dia que me ficam para sempre, as horas em que do Mundo me perco e nos teus braços me encontro...


4.Fev.13

Domina(r)

A noite já domina o seu reino de sombras feitas de passos apressados e carregados de núvens de ar quente que surgem com figuras disformes lançadas pelo bafo quente de bocas que anseiam por algo que lhes aqueça a alma e o corpo arrefecido pelo gelo invisível de um Inverno típico. Aqui, o frio deteve-se lá fora, à espreita de uma oportunidade de invadir e preencher espaços que estejam dominados por um calor que já não tem força, já não aquece e apenas o estremecer de um corpo que sente a invasão insensível de um gelo que nada teme e tudo apaga.
E o tempo escorre-se demasiado lento para que possa apoderar-me dos seus minutos que duram menos que a eternidade.
E eu queria dominar o tempo e fazê-lo parar no exacto momento em que o gelo quase toca esses espaços, impedi-lo de invadir e quebrar o elo quente que me mantém viva. E eu só vivo enquanto o teu sabor se mantém na minha boca. Enquanto o teu toque ainda me marca a pele. Enquanto o teu odor se sobrepõe a qualquer outro e me aviva a memória do que é ser amada, tocada, sentida e por ti tomada.

4.Fev.13

sexta-feira, 15 de março de 2013

Sob a vontade do vento...


A noite caiu há muito sob o comando de núvens negras empurradas por um vento carregado de ímpeto e de sons uivantes por entre os ramos e troncos de árvores que não se submetem ao seu poder.
Sob o calor da manta que me cobre o corpo imagino como seria deixar-me levar, qual folha desprendida, pelos eus braços ocos de tudo e cheios de um nada que ainda assim, me faria flutuar.
Deixar-me levar sem destino, sem hora de chegada, sem medo do nada que me espera.
Sentir essa força imensa que não se combate, essa força que me controlaria e ser marioneta num caminho que não controlo.
Deixar-me apenas levar, sem pensar, sem desejar e sem almejar conquistar sonhos que parecem inatingíveis e, flutuar apenas nesse ar forte e controlador.
Às vezes imagino como seria ser assim livre e leve sob a vontade do vento...


1.Fev.13

Tempo parado

Se o tempo parasse
E não me deixasse
Tempo para que te falasse,
E tudo ficasse
sem que te dissesse,
E tudo acabaria sem que se soubesse,
Sem que ao Mundo eu gritasse,
O tamanho do amor que, naquele momento e sempre,
Por ti sentisse...
 
31.Jan.13

Perfeito

Anseio,
Por sentir tuas mãos deslizando
No corpo que se cobre desta pele
Que se arrepia e estremece.
Anseio,
Pelo calor do hálito quente
Sussurrado no pescoço
Que se alonga de vontade de sentir um toque.
Anseio,
Pela tua boca que a minha alimenta
De um sabor que é único e me vicia,
Me tenta.
Anseio,
Pelo teu corpo unido ao meu
Num abraço que não tem fim,
Que nos funde e une num único ser.
Anseio,
Que me tomes nos teus braços,
Me enchas do teu desejo,
Ardor,
Pecaminoso amor,
E me adormeças no teu peito,
Onde tudo,
Tudo é tão perfeito...

31.Jan.13

quinta-feira, 14 de março de 2013

Aprender a voar

O dia desperta calmo como todos os dias em que o Sol vai marcando os horários de forma envergonhada por detrás de nuvens carregadas de uma água que ameaça deixar-se cair.
O reboliço é tranquilo e apenas o murmurar cadenciado de uns passos ao longe deixam transparecer que a vida já saiu à rua.
Mas aqui dentro destas paredes, a vida nunca deixou de estar presente.
É única e grandiosa e neste corpo que agora acorda, neste peito que respira há um aperto, uma espécie de sufoco de vida contida à espera de ser solta, de ser vivida.
Como se tivesse sido presa, prendida a dias e horas iguais em demasia.
Como se desejasse correr e percorrer caminhos e novos trilhos jamais imaginados sem receio do destino.
Há uma vida em mim que se quer libertar, que quer nos dias e horas mandar, que quer no precipício do viver e amar, ganhar asas e aprender a voar...

27.Jan.13

Sou


Sou o que sentes.
Uma alma carregada de sonhos.
Um olhar que transborda de emoções.
Uma boca que te inebria os sentidos.
Um coração que acelera ao sentir o teu odor.
Uma pele que se arrepia ao teu toque.
Um corpo pulsante de vida!


2.Jan.13

quarta-feira, 13 de março de 2013

X Verdade Irrefutável



... Pertenço-te, para lá do corpo, para sempre.

19.Jan.13

Sabores

 
Há sabores que não se esquecem, que nos marcam e nos alucinam, num ciclo vicioso de desejo e ânsia, de plena satisfação e ao mesmo tempo, insuficiente.
O sabor de um fruto desejado, de cores que nos invadem os sonhos pintado, maduro, doce, pleno de gosto e desse suco que nos desliza pelos cantos da boca e nos aguça o paladar.
O sabor de um beijo trocado entre amantes antes de o serem. Os lábios que se entreabrem e roçam suavemente. As línguas que se sentem em suaves toques, timidamente.
O sabor do teu corpo gotejante de sal feito água e com o meu misturado após uma total entrega de corpos que se tocam, sentem e saboreiam por entre abraços de corpo inteiro.
O sabor que me incendeia, me faz tua e me inebria, é o sabor do teu prazer que faço, tomo como meu...

19.Jan.13

Com todo o meu amar

Quero-te,
Com a força de um mar
Revolto de ondas onde
Me embalo e entrego,
Sem receio ou temor.
Quero-te,
Com a gentileza desse vento
Quente e com cheiro de pingos de chuva
Vindo de outras paragens
E que me afaga o rosto e revolve os cabelos.
Quero-te,
Com a envolvência dos campos de
Margaridas e alfazema
Mesclados com a frescura do
Orvalho da manhã num dia de Primavera.
Quero-te,
Com toda a essência deste
Corpo que é pele e que sente
O correr de um sangue fervilhante de vida.
Quero-te,
Com todo o meu ser,
Com todo este poder que não há forma de controlar,
De prender
Ou fazer parar,
De evitar de sentir e de me invadir.
Quero-te,
Com todo o meu
Amar.
17.Jan.13

Thoughts XIX


... E é neste compasso de corações que batem, de corpos que se respiram e se vivem em uníssono, que descansamos um no outro...

13.Jan.13

O passo

Esta noite queria apenas dormir, sem sonhos, sem imagens ou hipóteses, sem viagens impossíveis de tão fantásticas que são.
Queria apenas fechar os olhos e deixar-me levar num sono profundo, descansado, liberto das emoções que vivo no correr do dia.
Ficar quieta, sem que a mente vagueasse por infindáveis questões que não têm resposta apenas porque são imprevisíveis.
Tal como o futuro: imprevisível ...em todo o seu esplendor de incertezas e dúvidas.
E eu queria que o futuro que me espera, não me deixasse tão angustiada, tão de peito apertado pelo receio de haver mágoa nas decisões que tomo hoje e que amanhã se reflitirão em mudanças.
E mudar é difícil.
E mudar assusta. É como sentir que a vida, essa coisa por vezes tão palpável, possa cair das nossas mãos e provocar danos irremediáveis.
E se não provocar?
E se não passar apenas do primeiro e importantíssimo passo em direcção à felicidade? Porque este é o nosso objectivo: sermos felizes.
E é isso que eu quero.
E é isso que hoje preparo: o primeiro passo do início da nossa vida.

9.Jan.13

terça-feira, 12 de março de 2013

Hoje viajo ao som de...


You know im not one to break promises
I dont wanna hurt you but i need to breathe
At the end of it all, youre still my best friend
But theres something inside that i need to release
Which way is right, which way is wrong,
How do i say that i need to move on
You know we're heading separate ways

Feels like i am just too close to love you
Theres nothing i can really say
I cant lie no more, i cant hide no more
Got to be true to myself
And it feels like i am just too close to love you
So ill be on my way

Youre giving me more than i can return
Yet theres oh so much that you deserve
Nothing to say
Nothing to do
Ive nothing to give, i must live without you
you know we're heading separate ways

Feels like i am just too close to love you
Theres nothing i can really say
I can't lie no more, i can't hide no more
Got to be true to myself
And it feels like i am just too close to love you
So ill be on my way