quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Remendada


A vida não passa de uma manta de retalhos que unimos uns aos outros com o fio que tece os dias que correm.
Retalhos de memórias que são factos da nossa vivência e percepção sobre o que nos vai acontecendo carregados de emoção e sensações.
Só o que nos marca nos fortalece e ajuda a crescer, perceber e entender. Seja bom como o sol de Verão à sombra de uma oliveira, como o mar que nos enrola o corpo na ponta da areia ou menos bom como o vento que nos gela a alma vazia aquando de uma perda.
Retalhos que são meus e teus em dias juntos e unidos em sintonia.
Retalhos que são meus carregados de ausência e sonhos desvanecidos na tela que queremos desenhar e de cor pintar.
Retalhos que se unem, encadeiam em ciclos de dias, meses, anos e que não se findam. Pelo contrário multiplicam-se.
Eu tenho a pele vestida de imensos retalhos de vida. E nunca chegam, nunca estou completa, nunca me preencho e a busca pelo retalho que cobrirá o restante do meu corpo um dia terminará. Até lá, vou ficando, dia após dia, cada vez mais remendada.

27/08/2012

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