segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Escrever

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Um dia vou escrever todos os sonhos que um dia sonhei, todas as aventuras que imaginei, todos os devaneios em que divaguei.

Vou contar todas as cenas por onde passeei, todas as cores que visualizei, todos os sabores com que a minha boca deliciei.

Guardar as minhas memórias, as passagens mais marcantes e as que passaram demasiado fácil.

Acontecimentos que me fizeram chorar, de dor ou alegria, de felicidade ou de saudade, de chegadas ou de partidas.

E de pessoas. Mas sobretudo de ti. Do quanto me fizeste feliz. Do quanto me fizeste rir. Do quanto me abraçaste e beijaste. Do quanto me amaste este corpo e esta Alma. Do quanto comigo partilhaste. Do quanto caminho percorremos e do quanto me apoiaste.

Um dia vou escrever(te) o quanto comigo viveste. Não vá, por qualquer motivo, esquecer(te).


Cat.
2019.04.24

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

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Dias
Ausentes de alegria,
Em que as lágrimas são a companhia,
Em que as saudades são agonia
E apenas há a tua ausência.

Dias
Demorados no seu passar,
Horas longas a arrastar
Um tormento de pesar,
Sem nada para apaziguar.

Dias
Vazios e imperfeitos no seu ser,
Incompletos no ter,
Carregados de sofrer,
Apenas num sobreviver.

Dias
Que ninguém quer sentir,
De onde se quer fugir,
Correndo, chorando, até cair,
Mas sem força para daí sair.

Dias
Sem ti são assim,
Uma demora sem fim,
Que só termina assim:
Quando o teu beijar,
O teu abraçar,
O teu respirar e o teu (me) amar,
Regressam para mim!

Cat.
2019.04.19

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Tudo

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O dia já acordou há algumas horas e chora compulsivamente, de forma quase constante. O céu está negro, sombrio por culpa de núvens escuras e tristes.

Não há pássaros a cantar, anunciando a Primavera.

Não há o cheiro de flores no ar, nem de jasmim, nem de laranjeira.

Há a chuva que cai e tudo invade. Numa cadência sem ritmo. Num musical que ninguém pára para ouvir, que não encanta e que ninguém quer sentir. Os passos na calçada são rápidos, apressados, desviando-se dos aglomerados dessa água que cai, desses lagos miniatura que formam na rua. Guarda-chuvas coloridos escondem os rostos de quem por ali passa. Não há olhares contemplativos ou enternecidos ou de espanto para o rio. Os barcos são raros e seguem quase vazios, sem risos, sem fotógrafos de momentos, sem grande vida.

Há a chuva que cai e tudo invade.

Até o rio se rende e, no seu correr, fica inerte, deixando apenas as gotas da chuva marcar a sua passagem, em círculos de ritmos constantes.

E eu, deste lado da janela, compreendo esta regra: há situações que não vale a pena contestar, contra elas lutar. Às vezes é preferível deixar andar, deixar a tempestade passar e, ao seu ritmo, bailar, sem muitas ondas levantar e apenas esperar, porque tudo, tudo acaba por passar....

Cat.
2019.04.15

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Rimas fáceis





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Rimas fáceis.

Sobre amor
Ou alegria,
Sobre lágrimas
Ou dor,
Rimas fáceis
É o que tem valor.

Sobre o rir
Ou o amar,
Sobre o sentir
Ou o amorfar,
Rimas fáceis
É o que está a dar.

Sobre a vida
Ou a morte,
Se é sentida
Ou fingida,
Se há vontade
Ou sorte,
Rimas fáceis
É o (des)norte.

Sobre o desejo
De um amor verdadeiro,
Sobre o anseio
De um amor por inteiro,
Ou sobre o devaneio
Do corpo carnal,
Rimas fáceis
Porque nunca fica(m) mal.

Rimas fáceis
A ditar o que é normal,
A transcender o banal
Numa ilusão de fenomenal.

Rimas fáceis
A chegar todo o lado,
Num escrever martelado,
E por todos imitado!

Cat.
2019.04.23

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Perdas


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Eu sei o que é passar pela perda de alguém. Sofrer, chorar, voltar a chorar, desesperar e chorar ainda mais. Até as lágrimas secarem.
Eu sei, eu sei como é.
É o mundo quase desabar. Fugir por debaixo dos pés. É perder o chão e nunca mais dar um passo firme.
Eu sei. Já perdi. Já sofri e acho que nunca mais regressei a mim, ao que era.
É um vazio que fica, aqui, bem no meio do peito. Que chega a doer, a sufocar, a sugar o ar e a transbordar de nada.
É uma dor que não se descreve porque tanto nos mata com a falta como nos esmaga de tão assoberbada.
E as saudades tudo menos indeléveis. São profundas e inesgotáveis como o amor que se sente.
E a certeza de que muito ficou por dizer, por fazer, por viver, por partilhar, por sorrir e chorar é, quase, arrependimento. Por não ter sido mais. Mais abraços, mais beijos, mais amo-te e mais, muito mais tempo apenas contemplando-te. Guardando em mim cada traço no rosto, cada cabelo desalinhado, cada respirar no meu ouvido no teu peito encostado.
Sim, eu sei o que é perder alguém. E também sei que a vida continua e nos atenua a dor. Devagar, bem mais devagar do que desejaríamos, mas atenua...

Cat.
2019.04.05

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Fugir

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Hoje vou ler um livro.

Um qualquer, não importa o título, não importa o conteúdo, hoje vou ler um livro.

Um que me leve para outro lugar. Encantado ou maltratado. Brilhante, vibrante ou negro, sombrio.

Um livro que me dê vontade de não regressar à minha realidade. Que me envolva, me leve e não me devolva. Que me faça rir ou chorar, desde que desmedidamente.

Um livro que me ensine que não há limites para a imaginação ou para a dura verdade. Que me faça sonhar com o amor e a paixão e com a desilusão da perda e da dor.

Hoje vou ler um livro. Para não lidar comigo. Para não olhar para o que o dia traz. Para não pensar, não sentir e não chorar apenas por mim. Para que os meus dias sejam mais do este passar de horas, sem rumo, sem desejos ou ânsias. No fundo, sem futuro...

Cat.

2019.04.04

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Dizer

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Dizer que te amo.

Hoje e sempre. A cada momento, a cada dia, todos os dias da nossa vida. Todos os dias da vida que contigo terei.

Dizer que te amo.

Porque não quero que esqueças. Não quero que, por algum motivo, por um acaso ou por alguma palavra ou atitude menos positiva, possas pensar que já não te amo.

Amo-te. Não deixes de acreditar nisto.

Amo-te. Todos os dias. Com todas as tuas virtudes e todos os teus defeitos. Na tua perfeita (im)perfeição.

Amo-te e vou dizer-to todos os dias. Todos os dias da nossa vida.

Cat.
20219.03.28

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Medo em mim

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Sim, há medo em mim.

Um medo, talvez irracional, mas há.

Medo de mudanças. Medo de falhar. Medo de não fazer a(s) escolha(s) certa(s). Medo. Há quem diga insegurança, mas não deixa de ser medo.

A vida é feita de opções, a cada dia, a cada momento e não há nada que possamos fazer para as evitar. Nada. Há que decidir, avançar ou recuar ou manter a posição. Mas há sempre uma decisão a tomar. E há sempre o mesmo medo. De não saber se rstamos a decidir bem.

E este medo aumenta com a idade. Ou com a maturidade. É proporcional à quantidade de compromissos que vamos assumindo na vida. Quando não há compromissos tudo é mais simples, tudo é de mais fácil resolução e menos, muito menos assustador. Havendo é tudo muito diferente. Tudo aumenta. Até o medo.

Sim, decidir não é fácil, em especial quando implica mudanças que nos afectam as rotinas, e sobretudo, as certezas.

Pois que abalar as nossas certezas e ter que nos adaptar é que assusta, mete medo.

A verdade é que a cada mudança, a cada nova decisão e a cada novo medo, eu vou conseguindo superar-me. Vou sendo capaz de me adaptar, de aceitar e, muitas vezes, de me surpreender.

Haverá então motivo para ter medo? Para eu sentir esse aperto no coração?

Talvez sim. Talvez o medo impeça o meu ego de se mostrar, exacerbado e implacável.

Talvez não. Talvez o medo impeça que eu viva de forma mais tranquila e acredite no que sou, no quanto valor tenho e na minha capacidade de adaptação.

Não sei. Só sei que há medo, há medo em mim.

Cat.
2019.03.26

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Dias assim

Nenhuma descrição de foto disponível.Demoramos uma vida para acreditar que somos bons, que temos valor, que há algo positivo no que somos, no que fazemos ou pensamos.

Demoramos um minuto a desabar essa crença, a perder a confiança, a desacreditar em nós. A colocar tudo em causa, a olhar para os defeitos e a dar-lhes mais importância do que às qualidades.

É verdade, num minuto tudo muda e basta uma palavra, principalmente se for de quem gostamos, para nesse instante nos sentirmos uma merda.

E é isto que me sinto agora, uma merda. Um nojo de pessoa. Uma inútil. Uma incompetente. Uma desleixada. Uma gigante merda.

Apesar de cá dentro, bem no fundo do meu ser eu saber que não o sou.

Mas é como me sinto. E hoje é dia de deixar as lágrimas correrem com toda a força e adormecer em auto-comiseração...

Porque há dias assim.

Cat.
2019.03.22

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Ele(s) IX

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Ela.

Até amanhã. Ou depois de amanhã ou na próxima semana. Mas até breve, muito breve.

Sabes que te gosto. Que nos gosto assim, sem a obrigatoriedade de um compromisso, excepto o que temos para com a vontade de estarmos juntos.

E eu gosto de quando estamos juntos.

Gosto de falar sobre tudo, sem qualquer receio de condenação da tua parte, sem que tenha que esconder algum pensamento mais leviano ou o meu (tremendo) humor negro.

Gosto de, ao teu lado, me poder libertar, de Alma e corpo. De ser apenas o que sinto. De me entregar sem disfarces de menina bem comportada ou de uma mulher obrigada a cumprir. Até posso ser tudo isso, mas porque nos apetece dar asas à imaginação e no sexo (quase) não há limites. Pelo menos entre nós. E isso é porque eu não te lavo as meias e as cuecas e de cozinhar todos os dias para ti! Isso seria o compromisso de um relacionamento e, como em todos os relacionamentos o dia-a-dia, a rotina iria acabar com toda esta ligação que temos. Com todo o tesão, com o frenesim dos encontros que podem ser cancelados em cima da hora porque apesar dos milhares de mensagens trocadas, de sabermos do dia de cada um, não há como olhar-te nos olhos e vibrar com as emoções. Da constante expectativa de te sentir as mãos na pele, o sexo dentro de mim, o culminar do êxtase nesta nossa entrega sem filtros. Das nossas conversas, profundas ou banais, antes do banho e de sair do quarto que nos testemunhou.

Se tenho medo de te perder? Tenho. Muito. Mas tenho medo de perder o que temos de tão especial, de perder o que nos faz gostar tanto desta forma de nos entregarmos.

E é sempre com o receio de que seja um adeus que te digo até amanhã, ou depois de amanhã...

Cat.
2019.03.23

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Ele(s) VIII

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Ele

Adeus.

Tenho que dizer adeus. Hoje e para sempre. Não há um futuro amanhã, pelo menos para nós. Não porque o sentimento não esteja cá: está e é muito forte, intenso e vibrante. Como tu na minha vida.

Há muito a mudar. Há demasiado em jogo. Para mim e para ti. Há o receio de não passar de uma paixão. Há o receio de que te tornes igual a todas as outras mulheres, que cercam, que controlam e fazem dramas com os ciúmes. Sabes que não sou teu. Esse era o contrato. Não fora daqui, destas paredes que nos protegem e que nos impedem de ver a vida lá fora. Aqui, tudo é fenomenal. Tu és tudo o que sempre quis. Tu consegues aliar tudo o que há de bom numa mulher: amiga, confidente e amante. Oh! E como és boa amante. Nunca uma mulher se entregou nos meus braços como tu. Nunca uma mulher me recebeu no seu corpo como tu. Nunca. E isso baralha-me: como te entregas desta forma e sem amor? Não há, pelo menos que se tenham cruzado comigo, mulheres que se entreguem de forma tão intensa ao simples prazer de ter prazer. Entendes? Há sempre um sentimento de amor ou paixão e a ilusão de que nos vão conquistar e que seremos delas para sempre. Mas tu não. Pois não? Não mesmo? Não há em ti nada que te faça entregar porque gostas de mim? É apenas pelo prazer que te dou? E não, não me sinto usado, apenas queria acreditar que serias minha para sempre. Não só de corpo, mas de tudo. Entendes, de tudo e para tudo.

E é por isso que tenho que dizer adeus. Porque te quero mais do apenas isto.

Cat.
2019.03.22

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Vivências

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As vivências.

Cada um com as suas. Cada um com a sua história. Cada um com o seu olhar sobre o mesmo acontecimento.

Depois as divergências.

Porque os sentires não são iguais. Porque a intensidade com que se vive não é idêntica. Porque a uns dói muito mais que a outros.

E por fim as mágoas.

Que ficam de algo que não foi compreendido no nosso âmago. Que nos vão ruminando a alma e a essência até nos doer no corpo. Que muitas vezes são difíceis de superar e de nos deixar recuperar.

Viver no passado não é bom. Reviver na memória eventos que não nos fizeram sorrir não nos permite olhar a vida e contemplar toda a sua beleza.

Viver com essa dor é ainda pior.

E nós, como seres pensantes que somos, agarramo-nos ao nosso próprio sofrimento e temos compaixão e pena de nós próprios.

Porque não é justo. Porque não merecemos. Porque nunca o fizemos a outrem. Porque respeitamos.

Mas nem sempre é propositado. Porque nos relacionamentos, sejam de que tipo forem, há pessoas como nós. Seres imperfeitos. Seres que falham. Mas sobretudo seres, que como nós, também sentem. À sua maneira. E, que como nós, muitas vezes não sabem como o outro sente, como o outro olha as coisas, como o outro vai sentir a nossa acção.

Agir sem errar não é humano. Tal como viver sem chorar e sem sorrir. Tal como crescer e evoluir.

Há que aceitar as falhas nos outros como aceitam as nossas.

Ilude-se quem pensa que nunca foi incorrecto, que nunca magoou, que sempre foi honesto. Algures, no caminho da nossa vida, também deixamos pessoas para trás, também deixamos cair palavras que atingem como pedras. Somos humanos, sim. Somos todos humanos. E nesta nossa humanidade temos que perdoar e encher o coração e alma de sorrisos e de amor.

Perdoar os outros e muitas vezes a nós.
Porque a culpa mata-nos tanto como a mágoa.


Cat.
2019.02.22

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

...

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Há dias em que me sinto folha perdida no chão: amarrotada, seca, sem cor, sem rumo, sem prazer ou dor. Apenas folha caída, sem vida para ser vivida...

Cat.
2019.02.19

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Memórias

A imagem pode conter: 1 pessoa, closeupPercorro,
Nos recônditos das memórias,
O sabor do teu beijo,
O odor da tua pele,
O salgado do teu sabor
Após o teu me amar.

Procuro,
Em cada momento vivido,
Guardar os pormenores
Do teu me olhar,
Do teu me falar,
Do teu me beijar,
Do teu deslizar de dedos na pele
Após o teu me amar.

Trago,
Em cada cerrar de pálpebra,
Em cada respirar,
Em cada suspiro murmurado,
Em cada batida do coração,
A certeza de que nos pertencemos,
De que embora dois, somos apenas um,
Unos,
Indivisos,
Ligados por um sentir que não é explicado,
Que se crava na pele, no corpo, na Alma,
Que chega quase a ser palpável.

Sei-o,
Desde o dia em que te vi,
Desde o primeiro olhar,
Desde o primeiro sorriso,
O primeiro toque,
O primeiro beijo,
A primeira entrega,
O primeiro orgasmo...

Cat.
2019.02.15

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Guarda-me em ti

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas a dormirem e interioresGuarda-me em ti,
Como um tesouro, uma pedra preciosa que nunca se quer perder;
Como uma flor, doce e delicada que nunca se quer quebrar.

Guarda-me em ti,
Com a ternura de um eterno abraço que nunca se quer largar;
Como um porto de abrigo onde posso sempre descansar da correria desta vida.

Guarda-me em ti,
Hoje e sempre,
Pois és o meu amor maior e é assim,
Desta mesma forma,
Que também eu te guardo,
Hoje e sempre,
Em mim.


Cat.
2019.01.24

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Inícios...

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Que importância tem o novo ano, o início de um novo ano?
Um ciclo que termina e outro que se inicia?
O balanço de um correr de horas transformado em meses?
Que importância realmente tem?
É um momento em que devemos agradecer todas as bênçãos recebidas e de esquecer as lágrimas e reveses da vida?
Um dia em que perdoamos a quem, de alguma forma, nos magoou o coração?
Não, nunca esquecemos, nem deixamos para trás. Às vezes nunca chegamos a perdoar.
Não, nunca se faz um balanço sincero e verdadeiramente profundo.
Não, nunca há ciclos pré-datados.
O início do ano não é menos que uma data universal de mudança no calendário e onde as pessoas fazem a sua lista de renovação de desejos.
No dia primeiro de Janeiro não somos diferentes do que éramos no último dia de Dezembro.
As mudanças são graduais, são lentas e também não têm hora marcada.
A esperança que ganhamos na entrada do Ano Novo deveria estar presente a cada dia da nossa vida. Assim como a gratidão, o perdão, a compreensão e afinidade.
Deveríamos fazer um reset neste dia e, com a experiência dos anteriores, começar de novo: deixar realmente o menos bom, o negativo, as dores, as vinganças, os egoísmos lá atrás.
Deveríamos limpar o coração e, nos dias desse novo ciclo, olharmos para os outros com mais carinho, mais amor, mais humanidade.
Se não neste dia, algum outro do ano...
Os meus desejos são que todos, em especial eu, possamos, a cada dia, sermos melhores seres humanos, que todos os nossos defeitos se atenuem e o nosso coração se cure de todos os males. E que, nas pequenas coisas da vida, vejamos mais motivos para sorrir que para amargurar. No início do ano, no nosso aniversário ou no dia em que uma gargalhada de uma criança nos faz, de novo, ter esperança!


Cat.
2019.01.03

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Regressos

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Há muito que não voltava aqui, ao meu lugar, ao meu canto, ao meu porto de abrigo.
Há muito que não actualizo o que vou sentindo. O meu diário quase parece um anuário, dada as ausências prolongadas.

A verdade é que a vida acaba por nos "engolir" nos seus caminhos (in)certos.
Não que seja mau. Não que seja bom. Apenas é. Assim, sem rodeios na certeza de que nada é certo. Nem o que pensamos garantido e muitas vezes o que nem imaginamos.

Sim, a vida é uma certa incerteza.
Onde o sentir é um tormento e, ao mesmo tempo, uma bênção.
Nunca sei.
Nunca saberei.
Apenas sinto. Demais. Demasiadamente.
Tão profundamente que me esqueço de mim, do que sou, do que pretendo, do que sonho e desejo.
E perco-me.
De mim. Do meu rumo. Do meu crescer.
E assim perdida, fico sem me perceber. Fico sem me (re)conhecer. Sem (me) escrever e e deixar sair todo o meu sentir. Com ou sem sentido. Mas meu. Apenas meu.

Hoje, sinto que me falta esta catarse, de me expurgar de tanto sentir, de tanto querer, de tanto amar, de tanto chorar e de tanto rir.

Cat.
2019.12.06