quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
Temo II
Temo que o tempo não me chegue. Que se esgote, que se acabe, sem se fazer anunciar. E que eu não diga o que tenho cá dentro, o que possa estar a guardar.
Temo que não tenha dias suficientes. Que os momentos passem por entre os minutos incólumes e serenos. E que eu não viva o que ainda me falta viver.
Temo não sentir o suficiente. E que eu vagueie por esta gente sem provar todos os sentires.
E por isso não quero deixar de dizer. Não quero deixar de me levar ao extremo do sentir, do querer e viver.
Temo tanto que por vezes sei que sou demasiado.
E eu quero tanto não perder tempo, não ser apenas um ser que (sobre)vive.
Quero sentir: o sangue correr em mim, o coração descompassado e acelerado, os olhos encherem-se de lágrimas, os lábios de sorrisos e a pele arrepiar.
Temo... Temo que o marasmo do quotidiano jamais me abandone e me tolha a acção. Temo nunca conseguir deixar de viver apenas o seguro de uma vida certa a imaginar a liberdade de viver a (in)certeza de apenas viver o sentir, no corpo, na mente e na Alma.
Cat.
2018.12.05
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