terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
Frio
O dia desperta lenta e melancolicamente. Não há pássaros a esvoaçar, nem a fazer-se ouvir. Não há pessoas na rua a fazerem o dia acordar. Há gotas de orvalho, grossas e geladas nas ervas. Uma camada branca, ténue e frágil, aqui e além, sinal da noite fria que se fez sentir.
Ao fundo, por detrás das árvores, uma luz que denuncia a chegada de um sol, fraco e longínquo.
Também eu, sou um correr de estações: ora quente, ora fria. Também eu, tenho dias, momentos em que viver é um passar de horas gelado, sombrio e pouco brilhante onde a luz, apesar de presente, não tem capacidade, poder, força, alento, para me iluminar. E tudo gela cá dentro, dentro do peito, no sentir e no amar.
E tudo fica em suspenso, gelando e, aos poucos, envelhecendo e morrendo, numa espécie de hibernar, dormente para, num dia, num determinado momento, tudo se alterar e voltar a querer brilhar, viver e amar.
Apetece ficar aqui, dentro deste quarto, nesta cama quente e acolhedora, enroscada no teu abraço, que me acalenta e o viver me alimenta.
Hoje vou viver ao sabor do teu respirar, do teu me querer, do teu me amar.
Hoje não há frio que em mim possa entrar...
Cat.
2018.12.01
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