terça-feira, 15 de maio de 2018
Quando sentes que morres
Quando sentes que morres...
A noite mostra-se igual ao dia: fria, chuvosa e escura, negra como a minha alma.
Hoje não há nada mais que o silêncio.
O silêncio do vazio em que vivo.
O silêncio do nada que domina a minha vida.
É como se nada existisse, nada tivesse vivido, sentido, dito ou feito.
Nada.
Um vazio espelho da minha vida. Não há legado que deixe. Não há feitos de que alguém, algum dia, no meu leito de morte, referencie, recorde ou enalteça.
Não, nada.
Só esta vívida sensação de ver os dias passar. Um seguido do outro, sempre iguais.
Até o cansaço desistiu de se fazer sentir. Não há revolta em mim.
Não há vontade ou sonhos.
Somente esta sensação de total fracasso.
Não é vazio, é fracasso.
Para com os que amo, os que me amam e para comigo.
Nunca fui de criticar, sempre fui de compreender e aceitar, às vezes até de perdoar.
Hoje, sou tudo o que abomino nos outros: fraca quando coloco o amor à frente do orgulho; fraca quando acredito que as pessoas podem mudar.
Mimada,tenho ouvido com frequência. E que amuo quando não tenho o que quero ou como quero; infantil portanto.
A verdade é que é verdade.
Sou o invólucro de uma mulher que não existe. Como se tudo o que fiz e o que sou está errado ou não é verdadeiro, sentido. A ideia que criei de mim, de mulher independente, adulta, madura, nada egoísta, compreensiva e até inteligente e sensual, desmoronou.
Perdi-me. Não está aqui, não é esta que vejo quando olho ao espelho.
Perdi-me. Não me reconheço. Não sei quem sou hoje ou quem serei amanhã.
O que fui ontem morreu e o fracasso, o vazio, o silêncio e o nada é o que impera em mim.
2018.01.05
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