A noite já domina há muito as cores do céu e o sol já se perdeu, faz horas, por trás da linha do horizonte.
O silêncio domina a rua, agora vazia de gente, sem o cantar dos pássaros e o riso das crianças.
Aqui dentro não há silêncio que resista.
Aqui dentro do meu peito há um ardor que me queima.
Um aperto que me esmaga. A Alma.
Nos dias que correm, onde a informação voa de forma inimaginável penso: como é possível?
Como é possível que em pleno século XXI ainda há tanta fome, tanta
xenofobia, tanto desprezo para com o Ser Humano, para com os animais?
É desolador ver as notícias.
É desolador saber o que se passa pelo Mundo.
É desolador de uma forma que me sufoca o respirar. De uma forma que não
contenho as lágrimas. De uma forma que me sinto de tal forma impotente
que me dói cá dentro, que me dilacera como uma faca.
E depois,
olho para o "meu mundo" e vejo como sou uma mulher de sorte. Como as
pessoas que me rodeiam são boas, simples e com um coração enorme.
Vejo que tenho tudo, que ainda posso olhar o Mundo e, no meio de tanta
feiura, sentir que ainda há esperança. Que o céu azul ainda me faz
sonhar, que o mar será eternamente salgado e igual às nossas lágrimas.
Que ainda podemos mudar algo e que a maldade, o egoísmo e a falsidade
serão, um dia, apenas uma lembrança de um sonho menos bom.
2017.07.25
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