sábado, 27 de abril de 2013

Carta III


Escrevo-te hoje.
Apenas hoje, apenas nestes minutos feitos horas carregados da vertigem louca e pesada da tua ausência.
Escrevo-te não para que saibas de mim por estas palavras tão pouco explicativas e tão pouco exemplificativas do que me vai cá por dentro. Não! Isso seria demasiadamente redutor, demasiadamente supérfluo.
Escrevo-te como forma de exorcismo, como um ritual em que me retiro de mim própria as dores que me atemorizam, que me tomam por completo.
Considera estas minhas palavras como uma limpeza. Sim, isso mesmo, uma lavagem, uma purificação do meu ser, ao meu interior, das feridas que são minhas.
Assim, liberto-me de todo este menos bom em que me deixas quando a tua presença corpórea não me acompanha e desta forma, renovada, mas não curada, as forças revitalizam-se e posso esperar-te sempre mais um pouco.


23.Abr.13

4 comentários:

  1. Cartas cheias de Alma, cheias de vida... que purgam, que matizam... e que um dia curem!

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    1. Cartas que são sentimentos que não se expressam na sua total complexidade.

      (Gosto de te sentir por aqui.)

      Beijo(te) complexo

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    2. Estou sempre por cá Cat... contigo... mesmo silencioso.
      Gosto(te)

      Beijo

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    3. É bom saber que continuas por cá. Muito bom...
      Gosto(te) de volta, na mesma medida.

      Beijo

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