segunda-feira, 4 de junho de 2018

A ti Mãe... IV

O dia há muito que se faz sentir, com uma luz desmaiada de um sol que parece não querer brilhar.

Os pássaros pouco se fazem sentir ao contrário do orvalho que é presença em todas as folhas de árvore, em cada erva que cresce e beija em cada flor cada uma das suas pétalas. Como se chorassem, inundadas de pequenas gotas de água como se de lágrimas se tratassem.

Tal como cá dentro, no meu coração.

Hoje cada gota de sangue é uma lágrima. Uma lágrima de saudade. Uma lágrima de perda. Uma lágrima que, mesmo ausente da face, não deixa de fazer sentir, a cada dia, a cada momento, no meu peito.

Sabes que penso em ti todos os dias?

Que me pergunto, se onde estás, me velas e, junto comigo, vives todas as minhas vitórias e todos os meus maus momentos?

Sabes que, ainda agora, é a ti que desejo contar cada passo importante da minha vida?

Que penso se me darias da tua aprovação e se terias orgulho em mim, no que me tornei?

Sabes que quando preciso de um abraço, de carinho, de um colo onde chorar e ficar aninhada é em ti que penso?

Porque não há como o colo de mãe. Não há como o teu colo minha mãe...

E hoje, eu só queria ter-te abraçado mais. Ter sorrido ou ter chorado mais, nos teus braços, no teu colo.

E chegará um dia em que as minhas lágrimas não precisarão mais de se revelarem, em que as datas se esvanecerão no correr dos dias e em que eu não precisarei de expurgar-me em palavras escritas. Mas não penses que nesse dia te esqueci. Não. Jamais. Apenas deixarei de recordar as datas tristes e passarei a lembrar-te quando para mim for importante.

Porque jamais morrerás em mim.

Porque eu sou parte do que restou de ti.

Porque tu sempre viverás em mim: no meu sangue, na minha Alma e no meu coração.





Cat.
2018.05.26


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