quinta-feira, 23 de abril de 2015

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O dia avança na sua cor pálida de uma Primavera que ainda agora chegou.
Há no ar o desejo desse sol ameno que nos afaga o rosto e eleva os sonhos e o vento, esse, é quem nos faz acordar para a realidade do que não só é, como pode vir a ser. Como um arrepio na pele: desperta-nos os sentidos e não nos impede de viajar para onde queremos, um dia, estar.
E os cheiros são de maresia, os sons de pássaros que se beijam por entre as frágeis flores de pessegueiro e as robustas camélias.
O dia avança e o desejo em mim cresce de forma proporcional: há tanto mais que desejo para além do que tenho. Há tanto mais que quero saber, que pretendo aprender, que anseio crescer, que não me cabe no peito.
Há tantos dias que quero voltar a ver, tantos cheiros que pretendo sentir, tantos sabores que pretendo repetir como sendo novos, como que renovados e inovados e relembrados como uma doce memória feita de novo, ali, naquele momento. Como se... Me apaixonasse ciclicamente e sempre que as revivo.
 
E, tal como o dia, descansar à hora marcada com a lua, fechar os olhos e viajar para onde os sonhos me levarem. E de manhã, acordar de novo e voltar a viver.
 
Voltar a viver(te).
 
Voltar a sentir(te).
 
Voltar a amar(te).
 
Voltar a ter(te). Saborear(te) o beijo. Devorar(te) o corpo. Alimentar(te) de mim. Do meu amor, do meu desejo, da minha luxúria, das minhas fantasias.
 
Voltar a querer(te) sempre e cada vez como a primeira vez!
 
 
 
23.Mar.2015

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