sexta-feira, 21 de junho de 2013

Temo


Temo que o som das palavras morra para sempre em mim. Que não voltem a ser proferidas por falta de um sentir que me invada por completo. Por falta de uma emoção que me comova e revolva cá dentro, dentro do corpo, nas minhas mais profundas entranhas.
Temo que a minha língua deixe de saborear cada ponto de exclamação que me ofereces no teu beijar. Que as minhas mãos não sigam cada compasso de reticências que me aumentam o desejar descobrir mais um recanto do teu amar. Que a minha boca deixe de te sugar todos os pontos finais de um prazer que não tem igualar. Que o meu olhar deixe de te falar de entrega e paixão, de te pertencer e te querer.
Temo que um dia deixes de me escrever e eu não tenha mais palavras para ler, para viver e morra sem verdadeiramente morrer, calada, sem palavras para (te) dizer.
18.Jun.13

2 comentários:

  1. Por aqui as palavras estão sempre impregnadas de sentires...Tocam-me de uma forma intensa..!!.Mesmo quando há tristeza, e, incertezas nas suas palavras, aqui neste seu espaço ,sinto uma paz indescritível..um porto de abrigo...uma brisa suave..aconchegante.. Faz magia com as palavras..!

    Sim já a leio há muito ,só agora tive coragem de comentar...( desculpe a intrusão )

    Deixo-lhe uma flor.

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    1. Blue, "intrusão"? Como poderia considerar intrusão as palavras que me dirige? Sinto-me profundamente elogiada, mas sobretudo, comovida.
      Nunca imagino que as minhas palavras, os meus pensamentos, os meus sentires possam "tocar" desta forma...
      Deixa-me sem palavras. Apenas posso dizer-lhe: Obrigada! Principalmente por ter decidido ganhar coragem e falar-me. Obrigada Blue.

      Deixo-lhe um beijo e um até já.


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