A noite caminha segura no seu avançar em direcção ao seu destino, de dar lugar ao dia que vai chegando lentamente com a sua doce e suave luz.
Há um burburinho que anuncia o acordar e os seus sons fazem-se sentir de forma quase imperceptível nas ruas de uma cidade que nunca pára.
Há um burburinho que anuncia o acordar e os seus sons fazem-se sentir de forma quase imperceptível nas ruas de uma cidade que nunca pára.
Mas quem domina esta madrugada de Verão é o vento. Um vento que se sente forte e que traz no seu correr por entre as folhas e ramos de árvores palavras que ultrapassam as paredes do meu quarto e se fazem sentir demasiado pesadas em mim, neste corpo que se queda inerte apesar de desperto e incapaz de deter esse mergulho no abismo de um viver sem viver pois falam de adeus e de solidão numa cama partilhada apenas com a ausência. Com o vazio da tua não presença.
Palavras que me sufocam o peito e me apertam a alma num louco frenesim que só eu ouço, que só para mim falam.
E eu aguardo que o vento acalme e substitua o fustigar da minha alma por um doce afago de pele, que me permita respirar de novo ao meu ritmo, que me permita ousar levantar e enfrentar o caminho do meu viver.
28.Jun.13