E o que foi? Um olhar que me penetrou, Um sorriso que me seduziu e Um abraço que me conquistou.
E o que é? É um sentir que não se explica, Que me faz sorrir e Viver como nunca, a cada novo dia!
E o que será? Um sentimento que nos faz ser um só e que durará... Até um dia, Durante um mês, Mais que um ano... Mas que desejo, Seja para toda a vida!
Hoje preciso de silêncio... Daquele silêncio que nos invade por
completo, como se mergulhássemos no mar, num lago, numa núvem – nunca
mergulhei numa núvem, mas imagino que o silêncio será idêntico. Não quero fechar os olhos. Apenas quero silêncio. Não quero o burburinho da cidade, com os passos das pessoas que correm ou se passeiam olhando o rio.
Não quero ouvir o passar das águas deste rio que me acompanha há anos.
Quero o seu silêncio, a sua serena companhia, na revés da maré. Não quero ouvir chamar o meu nome. Não quero o telefone a receber mensagens. Não quero o frenezim dos carros a passar.
Apenas preciso de silêncio. De estar comigo. De sentir que o peso da
vida, das responsabilidades, dos (des)acertos, do corpo desapareçam por
momentos.
Quero sentir-me leve. De corpo e alma. Quero deixar-me ir, fluir sem pensar, descansar de tudo e de todos.
Preciso de me encontrar no meio de todo este barulho que me afasta do
que sou, do que quero. Já nem consigo saber o que sou, ou sequer o que
quero. Preciso apagar este ruídos de todos os limites que me são
impostos. De fechar este fluxo doentio de (parecer) fazer, (parecer) ser
o que querem que sejamos. Do politicamente correcto. Do socialmente
aceitável. Do que somos à frente dos outros e do que somos no nosso
íntimo.
Fugir da hipocrisia, das falsas moralidades, dos
(pre)conceitos, das mentiras, do egoísmo, mas sobretudo, dos egos de
gente que não é mais gente que eu.
Preciso de silêncio para que no
meio destes gritos consiga chegar ao meu eu. E voltar a acreditar que,
em algum momento, todos temos algo de bom cá dentro...
Ela. Aguarda-o com a ansiedade típica de quem se encontra pela primeira vez. Chegou antes da hora marcada, não fosse o trânsito ou algum telefonema ou o calor (!) atrasá-la.
Deambula pela rua, ora para cima, ora para baixo, no passeio contrário
ao do café onde se vão encontrar. Olha as montras mas o que vê é apenas o
seu reflexo e atenta em mais um pormenor no vestido e alinha o decote.
Ou limpa o canto da boca marcado pelo batom. Ou afasta os cabelos do rosto e os prende atrás da orelha. Ora
verifica uma vez mais o telemóvel com o receio de uma mensagem que a
desiludiria por completo: “Não posso ir.”, “estou preso numa reunião”,
“a minha...” e trava o pensamento e pensa em outra qualquer palavra que a
fizesse sentir mal por ter concordado com este encontro. Decide
entrar, sentar-se e pedir um café. Ou uma água. Algo que ajudasse o
tempo a passar um pouco mais depressa. Algo que a fizesse abrandar o
turbilhão de pensamentos que emergiam na sua mente. De todos os “ses”
que surgiam no seu pensar e que a faziam quase desesperar. Não era a primeira vez que passava por isto. Um encontro, quase às cegas, com ele. Com aquele homem que a fez, em tempos, suspirar de amor, de desejo, como hoje. Ainda ponderou a sua presença neste encontro: o receio de o voltar a perder sem nunca, efectivamente, o ter tido.
Sem nunca ter sentido o sabor da sua boca, o toque da sua pele, o odor
do seu corpo. E como havia sonhado com isso. Antes e hoje.
Compreendeu que o facto de ser casado e de na altura ele considerar que
ainda amava a esposa, o tivesse feito recuar naquele dia. Naquele
encontro onde afirmariam o que os unia. Compreendeu que há laços difíceis de quebrar por uma paixão incerta como a deles seria; que não é
para todos largar o seguro mesmo que pouco feliz, pelo incerto. Compreendeu-o na altura e compreende-o agora que já não é casado, que já não tem laços difíceis de quebrar.
Compreendeu-o no dia em que voltou ao seu contacto e lhe disse que
tinha a vida resolvida para ficar com ela. Assim, de chofre, sem avisos
prévios, sem saber nada dela. Assim, hoje está no mesmo filme que há uns anos atrás: apaixonada e desejosa pelo encontro.
Pergunta-se como podem querer olhar-se de novo nos olhos. Pergunta-se
incrédula, como é possível estar de novo assim, por aquele mesmo homem.
E, por entre os bebericos de café, sorri a pensar no seu sorriso, no
seu olhar intenso, quando os seus olhos focam uma sombra, à porta. “Parado, ele ficou parado à porta...” – pensa. O medo, esse, volta ao seu rosto.
Mas tudo passa quando aquele homem entra e se dirige a ela com o
sorriso que sempre lhe conheceu. Sorriso esse, apenas ausente no dia em
que o ia ter...
Ele
Não dormiu toda a noite e o dia
demorou horas a mais a passar: a ansiedade de voltar a revê-la tomou
conta de si. E não é habitual perder o domínio de qualquer situação e
muito menos do seu pensamento. Mas ela, ela sempre o fez perder-se.
Mais que o corpo e as formas voluptuosas era o sorriso e o humor
sarcástico que o cativou nela. Era uma mistura de menina desprotegida
que vira leoa, que sabe o que quer. E ele não sabe explicar como se
apaixonou assim, de forma tão perdida por aquela mulher. O
pensamento fluía de forma desconexa e sem qualquer sentido: ora pensava
no que tinha sido, ora imaginava o que poderá ser. Mas de uma coisa
estava certo: quere-a, como jamais quis alguém, como jamais voltará a
querer. Hoje sabe que não há como ela e que não vale a pena fugir ao
destino. E ele é dela. E quere-a com toda a certeza que alguma vez poderá ter.
Sabe que ela é especial e que já perdeu demasiado tempo. Mas tempo
necessário para que tomasse as decisões certas e forma consciente.
Sabe que correu riscos demasiadamente grandes ao deixá-la, anos atrás,
numa mesa de café, destruindo todas as promessas de amor que trocaram. O
medo de trocar o certo pelo incerto dominaram-no. A verdade é que
não teve coragem de deixar um casamento, que apesar de morno não era
mau. Era um porto seguro, com uma mulher constante e serena. Mas
infinitamente menos interessante. E não, não se tratava de sexo pois
nunca chegaram a isso. E esse é um dos seus maiores arrependimentos:
podia tê-la f@dido e não pensava mais nisso! Não precisava de ter-se
agarrado à imagem daquela mulher e do quanto ela o fazia sentir. Um
misto de tesão, de a querer de forma intensa e de protecção, de um
carinho imenso ao mesmo tempo. E foi isto que o assustou. Agora,
passados estes anos, está ali, no lugar combinado, à porta do café, a
pensar se ela ainda o deseja como antes. Mas ao vê-la, sentada, com a
silhueta marcada pelo vestido e o seu batom preferido, percebeu que
jamais a deveria ter deixado. E avança com a certeza que é este o seu futuro. Pelo menos por hoje.
Ela ama com toda a intensidade. Não sabe ser mais ou menos, comedida, morna. Ama com toda a sua paixão. Num extremo que poucos entendem. Num dar-se que não é vulgar. Não teme não ser amada: sabe que quando ama, ninguém a "desama". Quando não está para amar é que a deixam de amar. É quando mostra que pode ser pior que os piores. Sarcástica e acutilante no auge. O epítome da (quase) crueldade... Não, cruel não é. E má também não. Apenas gosta de obter reações intempestivas. Como ela. Que lhe mostrem o que sentem: gritem ou beijem, amem ou odeiem, mas com tudo o que têm dentro. Com tudo o que são. Como ela é: de extremos. Complexa. Mas de sentires. De sentires como forma de viver. Porque só sentindo se está vivo e se pode viver. Seja bom, ou seja mau. Viver, sentir, doer, amar, chorar e sorrir. Ela é assim: cheia de intensidades. À flor da pele.
Ele.
Ele ama-a a assim: intempestiva. Porque os beijos são únicos e porque o desejo é de ardor que quase queima a pele. A luxúria faz parte do nome dela. E ela, ela f@de-o como ninguém. É única a entrega. É sempre diferente: ora domina, ora é dominada. Nunca sabe o que dali esperar. Mas é mais que isso. É mais do que o toque na pele. Do que o sabor da boca. Do que o maravilhoso sexo. É o sorriso. É o abraço. É a companhia. É o seu mau feitio, que é de (quase) arrancar os cabelos. Ela é uma montanha-russa: nunca sabe o que esperar dali. E isso tanto atormenta como encanta. Ela é uma surpresa diária. Um sorriso de anjo que esconde um diabrete. Mas ama-a assim, num rodopio constante de sentires.
É o que faz com que o sangue lhe corra nas veias com essa força vital
que é desejar viver! Desejar amar e ser amado desta forma única!
Vou soletrar-te cada palavra Escrita para ti. Será como um livro, Escrito em todo o teu corpo. Em cada poro O descrever de um toque, Na tua boca Uma ode aos sentidos E no teu sexo, Ai no teu sexo, Um compêndio do que é Luxúria e prazer. Descrever-te Cada orgasmo partilhado, Cada espasmo do meu corpo Com o teu abraçado, Cada detalhe do teu sabor Para sempre guardado No meu paladar. Inebriar-te com o som lânguido De quem se quer deixar Aventurar no teu tomar, No teu apoderar, No teu penetrar... E assim, No culminar do prazer, Dentro de mim, Te fazer jorrar.
“Inundar-te uma e outra vez” - Sussurras-me ao ouvido. A face ruboriza, num misto de vergonha e de excitação. E o olhar fixa-se nos teus olhos, Na tua boca entreaberta E o teu hálito chega até mim, Quente e húmido. Na minha mente, nada mais do que O quanto desejo provar a tua língua. O respirar torna-se desritmado, Fazendo-se sentir mais forte. O deslizar dos teus dedos na pele Arrepia-me e, Sob a blusa os mamilos tomam forma, Prenúncio do quanto te desejo. Já não me interessam os preliminares, Já não fazem qualquer sentido... Já só te desejo perceber O sabor, O toque, O quanto de mim podes obter... E eu quero dar-me. Toda. Por inteiro. E eu quero receber-te. Todo. Por inteiro. E de ti inundar-me. Uma e outra vez...
Imersa no suor dos nossos corpos Que ora lânguida ora sofregamente Deslizam, Esfregam, Roçam um no outro. Molhada pelo salivar do Teu beijo, Da tua língua que me prova o sal, Que me prova o sabor do sexo Excitado pelo teu (Tão perfeito) Toque. Abrir-me e receber-te, Sentir-te pulsar dentro de mim, Tomares-me toda Num todo carregado de sentires, Cheia de ti. Estremecer, arrepiar, Gemer, gritar, E, Num momento único, Dar-me-te, Inundar-te de mim, Num intenso orgasmo, Que me abala, Uma e outra e outra vez!
Rendo-me Ao som da tua voz, Que comanda sem piedade.
Sou tua De corpo e alma, Neste jogo que se perpetua Enquanto o desejo se fizer sentir.
Pertenço-te Como se não tivesse vontade, Como se só importasse O teu prazer, o teu querer.
Só tu tocas, Só tu beijas, Só tu provas O sabor do meu corpo, Ao teu ritmo, Onde apenas sou Objecto, Sem qualquer direito.
Mas esta minha, Aparente submissão, É mera ilusão, Pois este é o culminar De uma entrega Única, Difícil de igualar.
Aguardo, No auge da excitação Pela minha libertação, Momento louco Em que te beijo, Em que te tomo Dentro de mim E te devoro, E num ritmo alucinado Num instante, Em ti... O êxtase de um orgasmo!
A
manhã já se mostra lá fora com o sol ainda tímido para um dia de final
de Julho. Talvez por isso os pássaros prolonguem o seu cantar até mais
tarde, fazendo uma banda sonora descompassada mas que me embala. É
Domingo e o som das pessoas na calçada não perturba esta sinfonia.
Cá dentro do quarto, apesar do fresco do dia, há um calor que me preenche, que me enche a Alma e o coração. O calor do teu abraço, do teu me querer e do teu me amar.
Olho-te, ainda dormes e consigo perceber nas poucas linhas do teu
rosto, nos poucos cabelos grisalhos, como o tempo quase não passa por
ti. E recordo o momento em que te reencontrei e te revi. E como tudo em
mim estremeceu e eu soube, nesse preciso momento, que por ti, de amores,
me perdi.
Olho-te e percebo que hoje, passados estes anos, te
amo mais do que antes. Que apesar da rotina dos dias sempre iguais, das
coisas chatas que nos aborrecem, das ideias que nos fazem diferentes,
dos ideais que nos separam, é assim que eu te amo.
É por isso que eu te amo cada vez mais. É por isso que és tão perfeito para mim.
Porque me aceitas como eu sou: perfeitamente (im)perfeita!
Hoje, não vou deixar de te dizer o quanto me fazes feliz.
Hoje e todos os Domingos até ao fim da minha vida.
Yeah, I'm a fighter and I made it through Solid gold survivor, that's my attitude But I didn't know (I didn't know) I didn't know (I didn't know) That I had to be your hero Baby, don't ask me to be strong for you as well Pushed off the edge and now I'm back from hell But I didn't know (I didn't know) I didn't know (I didn't know) That I had to be your hero
(So give me light) I'm not built to carry us both (So give me light) Time to rest my weary bones (So give me light) You've got to find your own road Help me see
Just when I thought I'd had enough And no more light and no more love It's not over It's not over I won't save you when I'm weak Only got so much left to give It's not over It's not over
Til I'm done Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Til I'm done Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Til I'm done
You look at me and see how much I take But with this heart of glass, I'm about to break But I didn't know (I didn't know) I didn't know (I didn't know) That I had to be your hero
(So give me light) I'm not built to carry us both (So give me light) Time to rest my weary bones (So give me light) You've got to find your own road Help me see
Just when I thought I'd had enough And no more light and no more love It's not over It's not over I won't save you when I'm weak Only got so much left to give It's not over It's not over
Til I'm done Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Til I'm done Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Til I'm done
Whatcha think you ever did for me before? (So give me light) Block out the sun and let the moon fall on the floor (So give me light) I am empty, ain't got nothing left to give (So give me light) And no you ain't the one I wanna be with (So give me light)
Just when I thought I'd had enough And no more light and no more love It's not over It's not over I won't save you when I'm weak Only got so much left to give It's not over It's not over
Just when I thought I'd had enough And no more light and no more love It's not over It's not over I won't save you when I'm weak Only got so much left to give It's not over It's not over
Til I'm done Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Til I'm done Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Oh-oh, oh-oh, ooh Til I'm done