Desistir,
Há dias em apenas isso apetece,
Desistir.
Entregar-me ao desalento
Dos dias carregados de ausências,
Das horas em que o silêncio impera,
Dos minutos que teimam em não partir,
Em não se largarem dessa lentidão
Que me tortura,
Que me impede de olhar,
De ver o que há de bom.
Há dias em apenas isso apetece,
Desistir.
Entregar-me ao desalento
Dos dias carregados de ausências,
Das horas em que o silêncio impera,
Dos minutos que teimam em não partir,
Em não se largarem dessa lentidão
Que me tortura,
Que me impede de olhar,
De ver o que há de bom.
Desistir,
Cair desamparada no caminho
Do não lutar,
Render-me à evidência do não vencer
E deixar-me,
Indefinidamente,
Levar pelo conformismo
Do meu perder.
Desistir,
De lutas incompreensíveis,
Feitas de batalhas mesquinhas
De sentimentos opostos,
De diferenças que parecem,
Nestes dias de perda,
Insuperáveis.
Desistir,
De mim,
Do que sou,
Das minhas crenças
E da minha forma de ser,
Fraca, demasiado fraca
Perante o meu sentir por ti,
Imensa,
Estúpida,
Incompreensivelmente maior
A cada dia que vai passando,
Tomando-me por completo,
Quase me anulando...
Desistir,
De fazer valer o amor,
De acreditar que este pode,
Mais e melhor
Que qualquer orgulho,
Qualquer palavra dita com mais furor,
Qualquer acção menos digna de louvor.
Desistir
De mim,
De ti,
De nós,
E deixar-me viver,
Sem esperança,
Sem alegria,
Viver por viver,
Como que quase a morrer.
30.Jan.2014