Há momentos em que os minutos se demoram por tempo
indefinido num rodopiar demasiado lento para a dor que nos devora, consome cá
por dentro.
Momentos em que a espera pelo terminar dessa hora é
demasiado pesado e nos impede de andar, de fazer o tempo rodopiar numa dança,
que de passos iguais, se torna mecânica, automática, irreflectida e de assim,
desta simples forma, passar despercebida.
Há momentos que por mais que se deseje que passem na
brisa do vento como doce e suave carinho no rosto, ameno afago no quente corpo,
essas horas feitas dias nos marcam de forma indelével não a pele mas o coração.
Marcas que se vão aprofundando num vincar que se julga
não ter fim, num sulcar abismos infindáveis de dúvidas e incertezas.
Mas há momentos em que tudo termina. Em que as horas
passam a segundos, em que tudo voa, se dissipa e renova de esperança e de
certezas no caminho a seguir.
Há momentos que marcam a diferença e esse momento chega
carregado de sonhos impossíveis que nos fazem avançar e acreditar.
E tu, tu és o meu sonho mais real...