segunda-feira, 15 de julho de 2013

Quando?

Quando me dirás que o fim chegou?
Quando deixarás de me manter nesta expectativa de que é possível, de que ainda há uma réstia de esperança que cresce e abunda dentro deste peito que te vive a cada minuto?
Quando chegará a hora de um adeus há muito anunciado, há tantos dias fomentado pelo silêncio de quem (não) se quer despedir e quebrar esse cordão que nos une de forma indelével e no entanto tão facilmente quebrável?
É o quê? Falta de amor? Deixaste de amar-me? Deixaste de me sonhar os beijos trocados ao sabor de uma noite quente de Inverno? Deixaste de me desejar o sorriso ao acordar após uma noite em que o amor transbordou para lá do que é corpo?
Quando deixarei de olhar o teu lado da cama cheio da tua ausência, carregado da ilusão de voltar a sentir-te o respirar doce do teu sono?
Quando serei capaz de olhar no espelho e enfrentar(me) o facto de que nos perdemos neste imenso silêncio que é mais que um adeus?
Um dia, teremos de o fazer e eu sei que morrerei ainda mais do que morro agora, a cada minuto desta vã inglória espera...

8.Jul.13

1 comentário:

  1. Para existir silêncio ..esse silêncio que me parece ser demasiado "..ruidoso"..doloroso ( sinto-o assim ao ler o seu texto..) , parece-me que ambos estão em falta..para existir dialogo,tem que ser a dois...caso contrário não passa de um monologo, pois claro! ( sei do que falo, infelizmente).
    Será que ele não faz a mesma pergunta?! Quando?!

    Mais um belíssimo texto.

    Deixo-lhe uma flor

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