domingo, 19 de maio de 2013

Amanhece

 
 
Uma luz morna e brilhante intensifica a cor das paredes das casas e dos ladrilhos da calçada que molhados, reluzem.
No ar apenas os sons das folhas das laranjeiras acompanham e inebriam com o seu odor o cantar dos pássaros, abençoando o amanhecer.
É o dia que cresce lá fora e se mostra pleno de vida através da persiana mal fechada do meu quarto e vai cobrindo, a cada minuto, mais um pouco do meu corpo que resiste a esse acordar.
Mas o dia insiste. E a vida pressiona. E o sol faz o seu dever acariciando-me o rosto com essa morna ternura que nos faz esboçar um sorriso, desses que carregam uma inevitável esperança e inexplicável felicidade.
E o corpo obedece, num ritmo que não se compadece com o aumento de passos e vozes, nem com o cair das gotas de orvalho nas flores de jasmim.
Num ritmo que é apenas seu, remetendo-se ao vibrar do respirar e do bater do coração, quase inerte, quase parado, admirando e não incomodando o teu, que ainda dorme, descansado e alheio ao dia que cresce aqui.
 
11.Mai.13

1 comentário: