quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cheia de nada


Há dias em que ar me preenche o peito por completo e não quer daqui sair, não quer deixar de em mim existir e eu sinto-me cheia desse nada que me sufoca e não permite respirar.
Um nada que em mim se espalha como um veneno no sangue e que mata a cada ramificação de veias que invade.
E eu morro a cada não respirar como se o mundo desabasse e não existisse mais amanhã, mais futuro, mais caminho para andar.
Apenas esse enorme abismo que é o deixar de respirar e de acreditar que é possível voltar a viver.
A viver no silêncio de noites em luar.
A viver na falta de luz dos dias de céu coberto de nuvens a chorar.
A viver na ausência da tua presença no meu corpo a vibrar, a fazer-me sentir, a fazer-me o sangue girar e o coração a bater e o sorriso a brilhar no meu olhar!
Há dias em que me é impossível deixar de te esquecer. E vives e renasces em mim com toda essa tua força e a ti me fazes, de novo, render...

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