quinta-feira, 15 de março de 2012

Silêncio VI


Os silêncios que me inundam hoje são os teus silêncios. Poderiam ser os meus, mas não, são os teus.
São as tuas dúvidas que me invadem o pensamento de forma arrepiante e profunda.
Penso os teus silêncios na minha mente. Sinto os teus silêncios no meu corpo.
Não é a tua ausência. Estás cá, presente, sempre em mim, comigo, ao meu lado portanto, não é de todo a falta de ti qe sinto. É o teu silêncio.
O silêncio de quando me observas os movimentos e me queres perceber, sem perguntar.
O silêncio de quando me lês as palavras e tentas perceber significados ocultos em frases quase sempre sem qualquer outro sentido, sem perguntar.
O silêncio de quando te martirizas imaginando-me em fantasias deitada numa cama que não partilhas, acompanhada de outro que não tu, sem perguntar.
Silêncio é o que te devolvo, pois sem perguntas não há o que dizer.
Pois sem palavras escritas, não existem cartas respondidas.
Pois sem folhas ao vento, não há Outono. Sem flores de cheiro não há Primavera.
Como sem o teu sal, o meu mar não é igual.
Mas no meu silêncio, neste que não te invade porque de mim te abandonaste, há toda a minha vida, existem todos os meus passos, todos os meus sentimentos, todos os que te são dedicados.
Os silêncios que me invadem são os teus.
São os silêncios de quem opta por não me falar e ainda assim, no silêncio que é teu, que me constrange, me parecer cobrar. Cobrar de mim. Do que me queres. Do que me desejas.
Do silêncido do que me amas e tantas, mas tantas vezes me odeias.

15/03/2012

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