Há vazios que não se conseguem preencher.
Há vazios que não são vazios e que assim, não precisamos de preencher.
Mas os meus vazios são os dificeis de perceber. São buracos negros na alma, sem fundo e sem forma de se taparem, curarem.
São parte de mim, vivem em mim desde sempre, desde que nasceram cá dentro, desde que algo ou alguém os despoletou.
E não se tapam, não se enchem senão dos seus próprios vazios.
Encher um vazio de vazio deveria acabar com ele, mas não: aumenta-o.
E há dias em que me sinto não cheia de tudo, como quando queremos desistir, por saturação, cansaço... Não, não é isso.
É cheia de tanto vazio.
De uma vida de dias iguais.
De não haver um objectivo. Da falta de sonhos. Da inexistência de ti na minha vida.
Esse é o meu maior vazio. Não te ter na minha vida.
Sabes quando tudo deixa de ter valor, quando o sol brilha mas sem calor? O meu vazio de ti é assim.
Um vazio com sol que não aquece, com mar que não me salga a pele.
Um existir por existir, vazio, oco e sem significado.
E tu já me encheste de calor do teu sol e do sal do teu mar. O corpo, a boca, o meu âmago, a alma: tudo cheio de ti, toda preenchida por ti.
Agora, o vazio da ausência, do silêncio, da espera, da decisão.
E eu quero acabar com este meu enorme vazio e preencher-me por completo com o teu ser não vazio.
Entendes-me? Compreendes-me? Esperas-me até que o medo deixe de ocupar o vazio e se transforme no meu desejo? Ajudas-me a tapar o vazio que há cá dentro?
Ensina-me a crescer contigo em mim, ao meu lado, fazendo da minha vida, uma vida não vazia de tudo, mas preenchida de vida.
27/02/2012
é uma aprendizagem que tantas vezes se recusa. Deixar e saber preencher é uma arte (desejada)! :)
ResponderEliminarBj
todos nós temos momentos assim... deixa[te] preencher.
ResponderEliminarbj doce