quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cair

Cair... Sinto-me cair sem cair...
Como se levitasse, como se não tivesse peso,
Como se não tivesse corpo. Mas a cair...
Como se a cada passo,  cada mover de perna,  cada pé que coloco em frente ao outro, o chão se abrisse.
Num imenso e profundo precipício...
Como se cada passo fosse dado em falso...
Cair... É como me sinto.
Como se o chão me fosse tirado do chão,
Tirado de debaixo dos meus pés, qual tapete e eu tombasse e caísse... Mas sem cair...
Cair... Sinto-me assim, a cair...
A cair num vendaval de emoções, de tentações e sensações...
A cair num terramoto, daqueles que nos abalam a vida por completo...
A cair num redemoinho que nos deixa zonzas, sem capacidade de pensar, de parar e organizar.
Organizar... Palavra que não existe quando o que sentimos nos comanda o pensamento.
Cair... Sinto-me cair. Sem poder controlar o que sinto.
O que penso. O que quero. O que desejo...
E como desejo! Como quero! Cair... Cair a teus pés e dar-me...

12/10/2011

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