quarta-feira, 12 de março de 2014

Palavras II

 

Há palavras que ficam guardadas,
Retidas na saliva de um verbo não dito,
Retraídas no som do silêncio.

Há palavras que nos sufocam
De tanto que tentam saltar-nos pela boca,
De tanto que se detêm na hora de se soltarem.

Há palavras que nos ferem o sentir,
Que nos doiem cá dentro,
Que nos rasgam a pele
E sangram o coração,
Que nos fazem guardar a dor
E nos inflamam o peito.

Palavras que deveríamos esquecer,
Que jamais deveríamos lembrar,
Que jamais deveríamos sentir.

Palavras que os olhos desenham
Em lágrimas de saudade
Salgadas,
Escorrendo no rosto.

Palavras que não são lidas,
Que não são entendidas,
Que não se completam
Com o teu entendimento.

Há palavras que se guardam
Como tesouros feitos de sonhos
Que são vividos,
Que são a razão de muitos sorrisos.

Há palavras que deveríamos recordar,
Que jamais deveríamos apagar,
Que jamais deveríamos deixar de sentir.

Palavras que os lábios soltam em sorrisos
De cores quentes carmim,
Que o vento se apraz em carregar.

E há palavras que nunca chegam,
Que nunca são suficientes,
Que nunca representam a verdade,
Que não são capazes
De representar,
De ilustrar,
De explicar,
O meu sentir,
O meu viver,
O meu sabor e o meu saber,
Incapazes de exprimir,
O meu imenso
Amor por ti.


05.Mar.2014

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