sábado, 16 de março de 2013

Fechada.

Fechada. Encerrada.
Por vezes gostava de ficar assim sem possibilidade de abertura.
Sem qualquer hipótese de ser vista, olhada e sobretudo, tocada.
Imune a tudo e todos mas sem estar num estado de letargia ou amorfo.
Viver sem me incomodar ou ser incomodada.
Fechada de corpo e de alma, de coração e de pensamentos.
Encerrar-me.
Como se não existisse.
Como se fosse invisível e os meus actos não interferissem com a vida de outras pessoas. Não ferissem. Não magoassem. Não deixassem marcas das que nos fazem jorrar lágrimas e jamais desaparecem.
E não provocar sorrisos e alegrias vãs.
E não dar de mim o melhor e viciar.
E não dar de mim e o pior e quase matar.
Os extremos que vivem em mim.
Queria fechar-me e apenas sentir... Nada!
Não amar, não odiar, não desejar, não repugnar, não desesperar, não acreditar...
Vazia por um momento que ficasse suspenso durante o tempo que tudo demorasse a curar. Um dia, uma semana, um mês... Uma vida.
Fechada por tempo indeterminado onde a chave de mim está ali, ao alcance de um novo sonho, ao virar de uma página branca, lisa e pura, onde o meu sentir será renovado...

17.Fev.13

2 comentários:

  1. Conheço bem a sensação…
    Já fiz e desfiz malas, mudei de cidade e de país, rasguei até todas as fotos que tinha e coisas escritas de outros tempos…. mas, nunca consegui fugir mim.

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    1. Há fugas impossíveis de concretizar, principalmente quando nos encontramos em frente de um espelho.


      Beijo(te)

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