terça-feira, 24 de novembro de 2015

Feliz de mim



Há no viver uma subjectividade imensa. Eu vivo. Tu vives. Todos vivemos.

Sim, os dias passam e as rotinas cumprem o objectivo de nos ocupar as horas que preenchemos com tarefas, quase sempre, monótonas.

Mas é isto viver? Apenas concluir o que supostamente temos de fazer? O trabalho, o convívio com pessoas que, na maioria das vezes, não são como nós, não pensam como nós e que, de uma forma ou de outra, são mais idênticos a nós, ao nosso viver, do que alguma vez imaginamos.

Viver é cumprir com o percurso de vida que, mais cedo ou mais tarde, é nada mais nada menos que uma cópia da vida de tantas outras pessoas. Os estudos, o emprego minimamente estável para que as possibilidades de constituir família sejam maiores e os filhos possam ter tudo o que estiver ao alcance do que o dinheiro pode comprar - bens e serviços.
Mas é isto viver? Não, viver não é isto! Isto é sobreviver!

Viver é fazer o que dá prazer! É poder ter tempo para nós, é manter uma certa independência do que fazemos e ter o nosso espaço, ter o direito a ser quem desejamos, sem olhares condenativos. É ser aceite independentemente das decisões que tomamos.

Todos somos diferentes. Mas todos temos o mesmo objectivo: ser feliz. E todos sonhamos de forma diferente esse objectivo.

E tudo depende de nós, de não querermos apenas sobreviver.

Feliz de mim que ainda tenho sonhos pelos quais lutar.
Feliz de mim que ainda acredito que no sonho de viver!


15.Out.2015

Jamais me abandonas

Sozinha, mas nunca só.
Há em mim o cheiro do teu corpo,
Tão vívido como se aqui estivesses,
Tão quente como se me abraçasses,
Tão perfeito como sentir me fazes.

Há na minha pele o arrepio do teu toque,
Tão presente que me marca,
Tão real que me enche de desejo,
Tão perfeito como se me percorresse o corpo.

Há aqui,
Agora,
A vontade de te ter,
De te pertencer,
De a ti me entregar,
De em mim te receber.

E o corpo reage
Às memórias em mim guardadas,
Às recordações na pele gravadas,
E os meus dedos são (quase) como os teus,
Imitando o teu calcorrear-me,
O teu dedilhar que me deixa sem chão,
Sem terra, sem pensar,
Que me enche de um tesão
Que me faz perder e,
Apenas sentir o
Desmesurado prazer de,
Para ti,
Ter um orgasmo.

Sozinha, mas nunca só. Jamais me abandonas.

10.Out.2015