segunda-feira, 28 de abril de 2014

Sugo-te


Sugo-te,
O membro másculo,
Erecto e que me seduz

Sob o nome do pecado,
Sob o desejo da luxúria,
De quem nunca se contenta,
De quem nunca se satisfaz.

Sugo-te,
O sexo humedecido
Pela saliva de lábios
Ansiosos pelo teu deleite,
Pelo sabor do teu
Prazer.

Sugo-te,
Num compasso ritmado,
Por dois escrito, criado,
Ora lento e saboreando,
Ora rápido, apressado,
Desenfreado,
Sôfrego,
Entrando mais fundo,
Mais impaciente e descontrolado.

Sugo-te,
Lambo-te,
Sugo-te cada gota
Por ti, em mim, vertida,
Num alucinar de prazer,
Num meu me pertencer,
Sugo-te,
Até não mais haver.



23.Apr.2014
@ The Devils Playground

Até à alma

 


É a solidão que comanda o passar das horas silenciosas em noites vazias de ti.
É a imensa sensação de vazio que me acompanha e preenche nessas noites em que a cama, não é o leito dos amantes, mas apenas o local onde despejamos os corpos, meios despidos e cobertos de cansaço.
Não há maior lentidão que os minutos que deveriam anteceder o beijo, esse, que anteciparia o abraçar dos corpos. Esse, que aumentaria o bater dos corações, a respiração e o desejo. Esse, que nos faria entregar em devaneios da alma feitos (pecados) carnais. Esse, que terminaria no reafirmar do nosso amor, selado por lábios colados num beijo ainda maior.
E o silêncio de corpos que não se tocam impera.
E o vazio de palavras guardadas no céu da boca comanda.
E o frio do beijo que não trocamos toca-me além do corpo, além da desilusão, percorre-me até à alma.
 
 
27.Abr.2014