quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Neste vazio

E a tua ausência
É demasiada em mim
É dor que me trespassa
Que me parece nunca ter fim.
É o respirar sem querer
Num querer que não se sente
Num coração a bater
Que apenas está presente,
No decorrer destas horas
Intermináveis sem se deter
O tempo que esta mágoa
Não deixa parar de crescer.
Sim, a tua ausência
É uma falta em mim
É um não ser,
Um não saber viver.
Queria eu saber como a mim voltar,
Queria eu saber como me renovar,
Como renascer na pele
Deste corpo que não sabe mais vibrar.
Ausência do teu beijo fugaz,
Do teu abraço tentador,
Do teu falar por palavras escritas em sonhos,
Ilusões em que um dia me senti
Parte de ti, do teu respirar
A brisa deste imenso meu mar
Revolto,
Docemente salgado,
Agora,
Por lágrimas sem consolo,
De uma ausência incapaz
De me preencher neste vazio.
24/09/2012

Corpo quente


Corpo quente em doce deitar
De sonhos carregados
Num intenso imaginar
O corpo que e teu no meu a abraçar.
Corpo que quer a sede de ter
O teu sentir
No lábios o mel
De um beijo que cola
Os teus nos meus
Para além do teu partir.
Corpo que e pele estremecida em arrepio
Ao som do teu gritar
Meu nome em surdina
No suspiro de um sussurro junto ao ouvido.
Corpo que vive ansiando
Teu apertar de mãos em cuidado
Que marca a tua forma
Em suave carmim rosa,
Na carne que te deseja
Dentro dela, num abraço
De ventre que se contrai
Ao ritmo do teu entrar.
Corpo meu de mulher que por ti desespera
Num pleno sabor de entrega
Quero dar-me apenas, assim, por completo,
Inteira.

22/09/2012