sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Tempo paira


E o tempo paira sobre mim como uma espada à espera do momento, que certo ou errado, a vai fazer cair.
Tombar certeiro no centro do meu meio vazio de tudo que é nada. Cheio de nada que é a vida.
E eu quero que o tempo seja meu aliado nos desabraços que não consigo ter porque nunca chegam a acontecer.
Tempo que suspenso não deixa de ser tempo no seu pior momento em que os dias são longos, imensos prolongamentos de horas que se multiplicam em minutos sem pressa de acabarem.
Mas o tempo não é para mim como para ti.
Nem o silêncio que o acompanha.
Gritos sussurrados em lábios fechados, em palavras que se soltam em suave desespero de te ter cá dentro do peito que acelerado quase pára neste tormento de te falar em cega surdina.

22/07/2012

Tento...


Tento...
... Por todos os meios que são tudo que tenho para alcançar a meta a que me destino sem me perder de mim.
... Saber que sou apenas este ser carregado de incertas certezas absolutas do que não há, aqui, para mim, mas que desejo feitas ilusões que nunca se quebrarão em mil pedaços de alusões ao passado.
... Que o futuro que não me espera concreto também não me engula em poços de luz intensa que me afectam a perseverança cega de não saber quando parar.
... Não parar de tentar chegar a ti. E não sei como te mostrar que sou aqui presente eterna nos dias que são teus, vazios sem mim.
... Que me sintas a falta e das palavras que inditas num sussurro, são gritos mudos que faço crescer em linhas corridas como nas folhas de papel e que, sentidas e lidas, são somente tuas.
Tento que sintas que és para mim alimento, de vida e de sentir, de querer e desejar. Parte de mim que está contigo. Num canto que não te ocupa senão de ar vazio...

22/07/2012