sábado, 21 de julho de 2012

Podia...


Podia...
... Falar-te de todas as horas que passando demoradas são fugazes, instantes que nunca passam depressa demais, que sempre me dão tempo de te pensar.
... Mostrar-te todas as palavras que nunca ditas soam a verdade nas linhas escritas em momentos de insanidade, sem concreto devaneio, e que carregam sonhos, pelo meio.
... Ensinar-te como se sente a o toque da ausência de quem se ama, de quem se deseja acordado no lençol de cetim aquecido pelo frio do corpo que não está presente.
... Oferecer-te os sons de músicas (nossas) que não cantamos desafinados no certo compasso da melodia de ser amado.
... Pedir-te que destruisses o apagado registo a odor e sabor a teu gosto, entranhado nos poros da pele destapada que ao corpo abre a eternidade de se manter intocada.
... Perder-me em sonhos inimaginados de sentimentos que, trocados, nos enchem de vida invivida de aventuras destemidamente serenas.
Mas de que adiantaria se o tempo que passou não se acostuma ao que não foi e ter sido podia?
Mas não te falo, não te mostro nem te ensino. Não te ofereço, não te peço e não me perco.
Vou, junto a ti, nos novos dias de recomeço, de incerteza cheia de verdade, de vontade que não tem mais por onde cresça.

Despida...


As palavras com que me envolves,
Que me sussurras ao ouvido,
São em mim um delírio,
Um intenso corropio
Que me liberta o ser,
Que me enche de vida,
Que os dias me alenta.
São doces toques
De mãos e de língua
São sentir-te deslizar,
Molhar,
Saborear,
Descobrir,
Arrepiar,
Sorrir,
Provocar,
Excitar,
Entregar e dar.
A pele que me cobre é tua,
E o que sinto em mim vibrar
É o teu corpo que acentua,
Que avança na carne crua
Sem medos ou temores,
Sem preconceitos ou julgares.
É o teu corpo que me toma,
Que me sorve,
Que me prova,
Que me faz dar-te,
Assim, despida e nua...

21/07/2012